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domingo, 20 de junho de 2010

história das palavras





As mulheres e os homens estavam espalhados pela Terra. Uns estavam maravilhados, outros tinham-se cansado. Os que estavam maravilhados abriam a boca, os que se tinham cansado também abriam a boca. Ambos abriam a boca.
Houve um homem sozinho que se pôs a espreitar esta diferença - havia pessoas maravilhadas e outras que estavam cansadas.
Depois ainda espreitou melhor: Todas as pessoas estavam maravilhadas, depois não sabiam aguentar-se maravilhadas e ficavam cansadas.
As pessoas estavam tristes ou alegres conforme a luz para cada um - mais luz, alegres - menos luz, tristes.
O homem sozinho ficou a pensar nesta diferença. Para não esquecer, fez uns sinais numa pedra.
Este homem sozinho era da minha raça - era um Egípcio!
Os sinais que ele gravou na pedra para medir a luz por dentro das pessoas, chamaram-se hieróglifos.
Mais tarde veio outro homem sozinho que tornou estes sinais ainda mais fáceis. Fez vinte e dois sinais que bastavam para todas as combinações que há ao Sol.
Este homem sozinho era da minha raça - era um Fenício.
Cada um dos vinte e dois sinais era uma letra. Cada combinação de letras uma palavra.
Todos dias faz anos que foram inventadas as palavras.
É preciso festejar todos os dias o centenário das palavras.
José de Almada Negreiros

O sonho a vida e a poesia…

 

 

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A Outra Margem
E com um búzio nos olhos claros
Vinham do cais, da outra margem
Vinham do campo e da cidade
Qual a canção? Qual a viagem?
Vinham p’rá escola. Que desejavam?
De face suja, iluminada?

Traziam sonhos e pesadelos.
Eram a noite e a madrugada.
Vinham sozinhos com o seu destino.
Ali chegavam. Ali estavam.
Eram já velhos? Eram meninos?
Vinham p’rá escola. O que esperavam?

Vinham de longe. Vinham sozinhos.
Lá da planície. Lá da cidade.
Das casas pobres. Dos bairros tristes.
Vinham p’rá escola: a novidade.

E com uma estrela na mão direita
E os olhos grandes e voz macia
Ali chegaram para aprender

O sonho a vida a poesia.

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Maria Rosa Colaço

Asas das palavras

 

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Escolinha
Não saibas:imagina...
Deixa falar o mestre e devaneia...
A velhice é que sabe,e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia.

Sonha!
Inventa um alfabeto
de ilusões...
Um a-bê-cê secreto
Que soletres á margem ds lições...

Voa pela janela
De encontro a qualquer sol que te sorria!
Asas?Não são precisas:
Vais ao colo das brisas,
Aias das fantasias..

Miguel Torga

Livros…

 

     

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    Mil mundos em descoberta,
      aventuras na selva e no mar,
      pirata, mocinho ou celta,
      astronauta no espaço a voar.

      Viaja mundos, em doses certas,
      caça vampiros, à luz do luar,
      bruxas voam, no ar, espertas,
      ah, o livro, que nos faz sonhar.

      Fui menino, leitor contumaz,
      pelo lazer, ou pelo ensino,
      a leitura me fez mais capaz

      de escrever meus desatinos,
      a loucura que sonhar no faz,
      e novos mundos descortino.

Jorge Linhaça

 

domingo, 13 de junho de 2010

Clarice Pacheco, uma menina especial

   Clarice Pacheco nasceu em Porto Alegre-RS no dia 17 de fevereiro de 1989 e partiu em 2 de setembro de 2002, aos treze anos de idade. Aos quatro anos começou a ler e escrever. Gostava muito de desenhar. Estudou até a oitava série no Colégio Leonardo da Vinci-Alfa.

    Clarice era muito pequena quando começou a criar histórias. As primeiras tinham apenas desenhos. Aos poucos foi acrescentando diálogos curtos e textos reduzidos até escrever narrativas completas.

     Ao longo de sua infância e curta adolescência, Clarice escreveu histórias infantis ilustradas por ela mesma,  poesias,  contos e uma breve novela juvenil. Do convívio diário com seus amigos e colegas de escola encontrou inspiração para criar os enredos e caracterizar os personagens. Descreveu com nitidez como é o dia-a-dia dos bichinhos de estimação em duas histórias que têm Floquinho e Pluminha como protagonistas.


         Após sua ausência, os pais organizaram sua produção literária em cinco obras póstumas:
  • Cadernos de PoesiasO Tempo de Cada Um (novela juvenil); e Um Dia na Vida (contos), destinadas ao leitor jovem, foram publicadas em 2003;
  • Um Amor de Cãozinho I - Floquinho e Um Amor de Cãozinho II - Floquinho e Pluminha, destinadas ao leitor infantil, foram publicadas em 2004.
     Além de histórias e poesias, Clarice deixou muitos desenhos que retratam a dimensão de sua sensibilidade e talento. Com muito esmero, passava horas montando livros em miniatura, sobre assuntos diversos, com capa, índice e tudo o mais.

*Uma cidade diferente*

Era uma cidade
meio diferente,
ficava escuro ou claro,
assim, de repente.
As casas andavam pelas ruas
enquanto que as pessoas não,
as casas trabalhavam
e as pessoas viviam plantadas no chão.
As frutas eram verdes
as árvores eram coloridas,
das frutas estragadas nasciam
as árvores mais bonitas.
O sol aparecia à noite
iluminando as ruas,
de dia o que iluminava
era a luz da lua.
Os carros passavam voando
sempre muito apressados,
porque se fossem devagar
é que eram multados.
Os aviões navegavam
atravessando os sete mares,
os navios sobrevoavam
cortando à tona os ares.
                    Clarice Pacheco

*Meus brinquedos*

De repente,
Ao lembrar dos brinquedos queridos,
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário.
Me bate uma saudade,
Me bate uma vontade,
De voltar no tempo,
De voltar ao passado.
Mas nada acontece,
Nada parece acontecer,
E eu choro,
Choro como o bebê que fui,
E a criança, que quero voltar a ser. 
Não quero crescer!
                  Clarice Pacheco

*Com que se faz o quê*

Com flores se fazem canteiros,
com sementes, plantações.
Com talento se faz dinheiro,
com pessoas procissões.
Com abelhas de faz o mel,
com pássaros, revoada.
Com estrelas se faz o céu,
com altas horas, madrugada.
Com livros se faz cultura,
com quadros, decorações.
Com tintas se fazem pinturas,
com nanquim ilustrações.
Com estudos se faz uma carreira,
com sentimentos, emoção.
Com crianças se fazem brincadeiras,
com criatividade, uma criação.
                           Clarice Pacheco

*O arco-íris*




O arco-íris
que brota do chão
sete cores o enfeitam
parece pintado à mão.
O arco-íris
será um dia
um grande escorregador
de alegria.
O arco-íris
não há mais nada a dizer
além de um sonho
o que mais pode ser.
                 Clarice Pacheco

*Caderno de Poesias*

Caderno de Poesias
é um belo lugar.
Tantas coisas lindas
que eu gostaria de falar.
Eu falo em forma de versos
para todos poderem escutar.
Agora você já sabe
porque os poetas passam os dias
escrevendo em seus cadernos de poesias.
                         Clarice Pacheco

*Viajar pela leitura*

Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim, sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça
na imaginação!
          Clarice Pacheco

*Os professores da minha escola*

A professora de Matemática,
com suas contas complicadas,
falando em equações,
no Teorema de Pitágoras.
A professora de Português,
com seu modo indicativo,
falando em advérbios,
interjeições, substantivos.
A professora de Geografia,
com seus complexos regionais,
falando em sítios urbanos,
em pontos cardeais.
A professora de Ciências,
com seus ensinamentos ecológicos,
falando em evolução,
em estudos biológicos.
A professora de História,
com seus povos bizantinos,
falando na Idade Média,
no Imperador Constantino.
A professora de Inglês,
com seus don’tdo e does,
falando no personal pronouns,
na diferença entre go goes .
A professora de Artes,
com suas obras e seus artistas,
falando em artes ópticas,
em pintores surrealistas.
O professor de Educação Física,
com suas regras de voleibol,
falando sobre basquete,
em times de futebol.
Os professores da minha escola,
com suas matérias que às vezes não entendemos,
falando em todas as coisas,
que aos poucos vamos aprendendo.
                            Clarice Pacheco

Presente de fada é assim…Cheio de Magia.

Obrigada amora!

 

me

Anita vende a doçura em frascos. Enche-os
de compota de fruta, tapa-os e cola-lhes uma etiqueta, mas, em vez de escrever compota disto ou compota daquilo, de mirtilos ou de pêssego, de marmelo ou de morango, arredonda a letra e escreve apenas Doçura. Senta-se no passeio com os frascos defronte, expostos no asfalto, junto aos pés, e não lhe faltam clientes. A compota vende-se muito bem e ninguém regressa para reclamar: quem compra julga que a doçura está toda
nos olhos de Anita.

[...] Às vezes, pensando nisto, Anita ainda se entristece. Olhando-a a partir da minha janela do país onde é
quase sempre Inverno, vejo que as estrelas se lhe reflectem no orvalho dos olhos. Vejo isto e enterneço-me. Daqui longe fecho os meus olhos e sussurro bem baixinho a única verdade que existe – para que ela a oiça: que não há no mundo todo maior poema do que vê-la, sentada no passeio, a vender a Doçura que tem nos frascos. E nos olhos.

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Manuel Jorge Marmelo, trechos do conto A doçura

Num pescar estrelas…

 

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- Assim que anoiteceu, saiu para pescar. Peixes não, estrelas.
Afastou-se da casa, atravessou um campo até o seu limite.
Na linha do horizonte, sentado à beira do céu,
abriu a caixa das frases poéticas que havia trazido como iscas.
Escolheu a mais sonora, prendeu-a firmemente na rebarba luzidia.
Depois, pondo-se de cabeça para baixo, lançou a linha no imenso azul,
deixando desenrolar todo o molinete.
E, paciente, enquanto a Lua avançava sem mover ondas,
começou a longa espera de que uma estrela viesse morder o seu anzol

Maria Colassanti.

Um estar de borboleta....


Ela era tão grande...mas tão grande... porque sonhava, porque acreditava em dias melhores, na reciprocidade dos sentimentos, nas boas intenções do outro, na amizade e no amor. Sabia que o amor era a ferramenta e o caminho para toda espera e de toda superação, que o melhor lugar para o coração bater é em outro peito e que no seu peito batia também um outro coração. Acreditava como quem acreditava em si mesma, no saber-se ir além das evidencias, da lógica...e não tinha medo! Tinha épocas que se contentava em se arrastar pelo casulo na certeza que logo, logo teria asas pra voar...e voava... Leve. livre, colorida e linda. Sentia-se como uma borboleta pequenina, mas sem saber, ela era do tamanho da imensidão dos céus que tinha pra conquistar, ela era tão grande, mas tão grande que nem sabia como cabia dentro de si mesma...só se sentia extravasar.

…Erikah Azzevedo...

quinta-feira, 3 de junho de 2010





Sol e Lua


Eram meninas meigas, bonitas e irmãs
...e eram gêmeas também ...isso estava na cara.
E como parecidas eram...
mas elas tinham poucas diferenças realmente...
Talvez no sorriso... ou na cor dos olhos... na cor preferida
Ou a flor que aprecia...
mas em uma coisa elas eram iguais... elas adoravam ajudar as pessoas,
os animais e cuidar com todo zelo da floresta onde moravam.
Todo dia pelos campos elas iam passeando e pelo caminho iam
ajudando um pouquinho aqui... um pouco ali...e todos agradecidos
com elas ficavam.
Elas adoravam as borboletas e os pássaros...
Os rios, as montanhas...a paz e alegria que ali existia.
Correr pelos campos floridos...
Beber água cristalina da fonte
e brincar com os bichos da floresta.
Sol gostava de pintar flores, pássaros e a natureza,
E usava muitas cores... adorava o Sol
e suas pinturas encantava a todos...
Lua gostava mesmo era de cantar...
Parecia um lindo rouxinol, com voz suave
E adorava Cantarolar belas canções ao luar...
E até a lua no seu esplendor todo
Não deixava de admirar...
Aquela Menina Fada a cantar.
Um dia quando estavam a passear
Uma grande tempestade na floresta
Caiu... tudo escuro e com ventos fortes ficou.
E sem pensar duas vezes, lá foram
Sol e Lua ajudar a todos.
O rio logo cheio ficou e muitos
bichinhos não conseguiram voltar
para casa naquele dia... então...elas levaram
todos eles para casa e lá
Fizeram uma grande panela de sopa
E a todos aqueceu com calor
E carinho... com música e amizade
Os pais delas acostumados
estavam,pois sabiam que
elas nunca iriam deixar
Os amigos afogar... com frio
Ficar e muito menos
Fome sentir...
No dia Seguinte o sol voltou a brilhar
E todos puderam sair...e para casa retornar.
Mas elas tiveram uma bela surpresa naquela
Noite na floresta...os amigos,
uma grande festa fizeram
Em homenagem a essas duas
lindas e queridas
Meninas Fadas por serem
Tão generosas e amigas
E por se preocuparem com o outro irmão
Seja lá quem ele for... elas ajudam
E sempre estendem a mão.
Ah, e
Esse é o retrato que os bichinhos
Da Floresta Nand teram
De presente para as duas
Durante a festança...
Um tal Leonardo pintou...
E nem cobrou,pois admirado com a coragem das duas
Ele ficou...
É uma bela pintura ...com o campo colorido
Atrás, onde elas adoram correr e na natureza viver
Sem esquecer é claro,das borboletas,sempre por perto
a ficar...
Afinal ,elas são tão amigas das meninas.
Sol e Lua são duas
Meninas – Fadas de tão bom coração,que
Ganharam além do belo quadro pintado,
Lindas estátuas delas enfeitadas com flores de cristal...
E essas feitas pelos castores, grandes escultores da Floresta,
E lá perto da fonte Cristalina, as estátuas estão...
Até a natureza agradecida ficou... e semeou dentro
Das flores feitas de cristais...
flores lindas e perfumadas
coloridas e encantadas...
e todos que por lá passam
apreciam a beleza que lá ficou...
e um perfume suave de paz
...serena sempre quem lá descansa.


Fada Mell - Cáh Brasileiro




Era uma vez... sempre outra vez...lá no Reino Boreal


Era uma vez, em um lugar mágico, do outro lado do arco-íris...
onde o vento cheirava lavanda...as flores cantavam ao amanhecer...
e o sol tinha muitas cores,e a grama era verdinha verdinha e era fofa
como algodão...o Reino tinha um nome estranho ou seria diferente...
ele se chamava Reino Boreal...pois tudo lá era muito colorido e brilhante.
Neste lugar tão tranqüilo viviam simpáticos seres que levavam sempre a vida em sintonia.
Vou apresentar a turminha que vivia pelos campos a correr e brincar...
Bubu, era um ser especial,uma mistura de borboleta com uma menina, bem sapeca, era ruiva e muito alegre também...tinha o sorriso era sua marca registrada, ela voava para baixo e para cima com sua amiga Mob,uma mosca engraçada,que usava óculos enormes, pois míope ela era...e tombava em todos que no seu caminho passasse.
Miguelito era uma formiga muito esperta, inteligente e adorava fazer invenções
malucas e vivia explodindo o seu laboratório segredo... rsrss...
nem tão segredo,afinal...pois todos sabiam onde ele ficava... um grande cientista ele ainda seria.
Loló era a menina que tinha lindos cabelos loiros e só usava meias cor de rosa,
Ela era amiga de todos e adorava sair com a turminha para com eles aprontar pelo reino...e pelo Reino ela ficava a cantar... tinha mesmo uma bela voz essa menina.
Doug, era um dragão, meio “ovelha negra” da família dragão... pois era bonzinho e
adorova fazer bolinhos doces...ele era um grande mestre cuca...a família de dragões do reino, não o queria por perto, pois ele não sabia se comportar com um dragão de verdade.
Ainda tem a espevitada Fadinha Petit, ela é muito esperta, mas também é distraída e agitada, engraçada e é um charme só...um encanto de Fadinha, ela tem uma enorme trança no cabelo.E uma vez passeando por Boreal, atrás de beija-flores e borboletas, ela acabou ficando perdida, e nunca mais encontrou o caminho de casa, todos tentavam sempre ajudá-la a encontrar o Reino das Fadas...
...mas ela sempre voava em círculos e mais perdida ficava ainda... acabou que foi ficando ...e ficou! Fazer o que né...dizia ela com seus enormes olhos cor de mel piscando...eu fico confusa e perdi a minha bússola encantada....não posso fazer nada!
Depp é um urso polar, e como tudo em Boreal, é meio estranho, ninguém
Pergunta o que um urso polar faz em um lugar com tanto brilho, sol e
Calor...ele se adaptou bem lá, e nem imagina como lá foi parar. É amigo e prestativo,e com certeza é muito querido por todos.
Ele é muito amigo da Flor, uma Elfa que adora ler e com um livro vive
a correr...ops, a voar. Ela sempre dá uma bronca em todos, pois só querem saber
de brincar.
Boreal é um pura magia e alegria... todos que lá vivem bem e cada um cumpre com presteza e louvor a missão a qual foi designado
Como se fosse um grande e sério pacto entre todos...uma combinação de amigos...
Uns cuidam dos menores, outros da cozinha, outros da escola
E outros do soninho....
Quando cada um faz sua parte, muitas brincadeiras podem realizar,
E bolinhos doces todos podem se empanturrar....
Todos são felizes e amigos são, apesar das diferenças e
Cada um com seu jeitão...
Todos se respeitam e são como irmãos.
No Reino Boreal, muita paz tem,
Pois cada um sabe valorizar e admirar
O trabalho de cada amigo.
Assim nasceu entre eles uma
Linda amizade,eles se ajudam, se gostam
E ai de quem contra eles, ficar...
Eles se protegem com o coração e sempre dão uma mãozinha
Para quem precisar.
Não existe nada mais bonito que
Essa linda união, de amigos que
Se amam e que moram em Boreal.
Um dia Boreal vai aparecer, e todo o Universo vai saber...
Que existe um reino onde ninguém é igual
Ao outro, mas todos moram no mesmo coração,
E cantam a mesma canção.


Fada Mell - Cáh Brasileiro




O Reino das Árvores


Em um Reino distante onde muitas árvores existiam....de todas as cores,perfumes e
flores... O Sol brilhava intensamente...bem na verdade eram os dois sóis...
Levando vida e alegria a todo o Reino... ah, e a noite, cintilantes e enormes estrelas no céu brilhavam... e coroadas por duas luas prateadas o céu ficava... deixando bonito e iluminado o céu nas noites do Reino das Árvores...
Em uma casinha bem bonitinha perto do lago, morava Tataco, um Sapo amigo e engraçado...e sua família,Stella,sua esposa amada,a sua estrela...era assim que ele a chamava...e seus filhos.
Tataco era muito conhecido no Reino... fazia lindas bolhas de sabão transparentes e coloridas.... iguais não tinha em lugar algum...e ele foi um grande também um dia,
mas se aposentou... pois com a idade...ele não gostava de falar quantos anos tinha...hehehe... a sua voz foi ficando rouca e agora ele apenas a vida curtia,ah, ele construía belos brinquedos de madeira,além, é claro, dos vidros coloridos com bolhas de sabão para distribuir no Reino.
Todos gostavam dele... mas,ele tinha um amigo em especial, que todos os dias com ele
ia se encontrar e muito eles conversavam... Theodoro, o Théo... como gostava de ser chamado, era um pequeno Elfo, filho do Rei e da Rainha dos Elfos... o pequeno príncipe que andava por todo o Reino e dele todos gostavam, era um bom menino- elfo... educado e gentil...inteligente a amigo.
Quando a tardinha chegava, lá ia Théo para o lago navegar e sempre seu amigo Tataco encontrar...hora ele,o Tataco, estava a pescar ou apenas espreguiçando no barco que a deriva ele deixava a ficar... e dentro dos barcos eles ficavam a prosear... aproveitando as lindas tardes que no lago ficava e para ver de pertinho o pôr-do-sol chegando de mansinho... tingindo de tons dourados o céu anil do Reino das Árvores.
Théo adorava ouvir as muitas estórias que Tataco contava na época que era cantor na Orquestra do Sr. Grilo... e das aventuras que teve para ir em outros lugares se apresentar... mas a estória que mais gostava de ouvir...era de quando no céu um baile ia acontecer... e Tataco nem imaginava como ia fazer para lá chegar... acabou pegando carona com os passarinhos... mas no voo pelo céu anil, ele perdeu a sua cartola e apesar de ter ficado chateado... curtiu a viagem... e quando lá chegou, antes do show....
Ele teve que arrumar uma cartola para fazer bonita presença diante da platéia...
E alguém teve uma brilhante ideia... Dona Joaninha que era toda descolada e muito
Chique, o ajudou nesta sua busca ... e acabaram achando que a panela preta da cozinha
Do Sr. Macaco Chicão iria servir direitinho para uma cartola ser... então lá foi Tataco
com a panela na cabeça fazer seu show e encantar a platéia com sua linda voz de soprano...
Théo adorava ouvir as aventuras do amigo Tataco....e foi neste baile que ele acabou conhecendo Stella, uma linda sapinha dançarina que ia se apresentar também,junto com a escola de dança do Reino. Théo até mal passava de tanto rir,sempre que ouvia essa aventura do amigo.
Théo um dia seria o Rei dos Elfos, um bom Rei com certeza... mas ele queria também ser escritor...e sempre estava com lápis e um pequeno caderninho nas mãos
Anotando tudo que achava interessante e depois contava para seus amigos Elfos
o que tinha visto nas suas muitas andanças pelo Reino todo.
O Rei dos Elfos sabia que seu filho vivia pelo Reino a ouvir e a conhecer a todos, mas sabia também que Théo era muito querido por todos os seres que ali viviam. O Rei Fel, que nada tinha deste nome... era um bom Rei e tinha na Rainha sua maior inspiração para ser feliz ...a Rainha Mell era uma bonita Humana ...com longos cabelos negros e olhos de cor de Mel...por isso seus pais a batizaram.. Mell... e sua doçura e delicadeza faziam dela uma bela e querida Rainha por todos. Théo tinha bons exemplos de bondade, alegria,amor e respeito...por isso ele era assim. E um dia um Bom Rei ele seria.
Tataco e Théo eram bons amigos e tinham respeito e amizade um pelo outro e
faziam disto uma grande alegria e compartilhavam bons momentos juntos de amizade e risos. No Reino das Árvores a vida prosseguia com paz e harmonia e cada um a sua vida vivia. E mesmo com problemas no dia-a-dia, a felicidade ali existia.


Fada Mell – Cáh Brasileiro


.

Acreditar no possível é fácil...
mas e no impossível...

quem sabe....também...é!



O Reino Arco – Íris e a Princesa Jasmim

Num reino de nuvens feitas de algodão, onde o arco – íris sempre aparecia e fazia
Bonito no céu ... e as criaturas viviam em perfeita harmonia e alegria... onde até tinha uma chuva diferente... de tempos em tempos chovia cerejas pequenas e maduras e folhas perfumadas sempre caíam pelo chão...
Um lugar onde existia carinho e respeito por todas as vidas do Reino...
Em um castelo bonito e majestoso... lá no alto da torre mais alta, sempre a apreciar
os belos campos ao longe,e os jardins cheios de flores coloridas rodeando um lago bem tranqüilo e bem azul...ficava a princesa a se encantar.
Neste lago tão azul um belo cisne branco suavemente deslizava pelas suas águas com a Fada Prateada e azul sentada nas suas costas...
Ela é muito gentil e bonita e adora cantarolar lindas canções de ninar...
E por todo o Reino é ouvido suas canções suaves e serenas...a todos a acalentar.
Uma linda donzela no alto da torre sempre está... seu nome é como uma flor e delicada ela é...a princesa Jasmim...uma princesinha bondosa e meiga...e calro, amiga de todos.
Ela é muito querida pelos amigos
e entre eles; ela tem um amigo mais que especial...
Um ser que ninguém sabe o certo o que é...
Tem asas de borboleta, cauda de dragão...
Olhos lindos e doces como mel...
Orelhas de elfo e mãos delicadas que
Carregam um pequeno espelho que veio do fundo do lago...
Um espelho mágico ele é...
Jasmim quase não sai do castelo... e Puig, o
Seu amigo sempre lá no castelo está para com ela conversar...
E mil e risos trocar.
Pelo espelho Puig mostra para Jasmim
toda a beleza que há no Reino
E um dia ela poderá sair... assim que ela fizer 15 anos,
o feitiço irá acabar e de novo Jasmim voltará
a ser a princesa tanto com o sol quente ...quanto com a noite de lua..
Pois à noite, Jasmim vira uma linda libélula
De cores lindas e transparentes...ela ficou assim, por causa
De um feitiço que a Dona Bruxa colocou nela para que ela não
Pudesse nunca se tornar Rainha.
Mas a madrinha de Jasmim , a Fada Prateada e Azul
e o fiel escudeiro o Cisne Lux, a salvaram deste triste fim...
e fizeram uma magia... quando Jasmim 15 anos fizer...e a chuva de cerejas ao Reino voltar...pois essa chuva acontece de anos em anos...
Ela nunca mais irá se tornar libélula
E assim ela poderá sair do castelo e correr pelos campos floridos,
Navegar no Lago Azul... passear com os seus muitos amigos,
e ser livre para ir aonde quiser e não se preocupar
Com a noite...muito menos com as noites de luar.
E esse dia está chegando...
O dia amanheceu lindo, cheio de folhas perfumadas caindo e enfeitando todo o chão,
e também, pequenas e vermelhas cerejas pelo Reino está caindo... e Puig feliz está pois é o dia do Aniversário de Jasmim,ela faz de 15 anos...e correndo ...ou melhor voando ele vai para a torre com ela festejar ...
Jasmim com um belo sorriso no rosto de menina acordou...
E logo se arrumou... não via a hora da sua festa começar,
para assim comemorar a vida mais ainda... pois a partir de agora
Seria diferente... ela poderia passear pelos campos....
Brincar na areia branquinha feito cristal do lago com seus amigos...
Viajar...voltar a estudar na escola e ver os amigos todos os dias....
Logo colocou seu lindo vestido dourado e enfeitou os cabelos com
pequenas folhas de heras perfumadas como gostava de fazer...
Puig estava contente com a alegria da sua amiga...e lá no Lago a
Madrinha Fada Prateada e Azul para ela acenou... e um linda canção em sua homenagem cantou...
O Reino todo acordou feliz pois a sua princezinha ia voltar naquele dia
A ser apenas menina ...e um dia uma bonita,bondosa e justa Rainha ela seria.
O Reino do Arco – íris fez uma grande e bela festança
e os 15 anos da Princesa Jasmim celebrado foram por todos
os seus habitantes... o Rei e a Rainha felizes estavam com o fim do feitiço
e a vida aos poucos foi voltando ao normal pelo Reino,
e a alegria que sempre ali existiu agora voltou a ser maior ainda.
Ah, e a Dona Bruxa, ninguém sabe ... ninguém viu... pois parece que pegou
sua vassoura e um outro rumo tomou....


Fada Mell - Cáh Brasileiro

Chapeuzinho Amarelo


Era a chapeuzinho Amarelo.
Amarelada de medo.
Tinha medo de tudo,
aquela Chapeuzinho.
Já não ria.
Em festa não aparecia.
Não subia em escada,
nem descia.
Não estava resfriada
mas tossia.
Ouvia conto de fada
e estremecia.
Não brincava mais de nada
nem de amarelinha.
Tinha medo do trovão.
Minhoca, pra ela, era cobra.
E nunca panhava sol
porque tinha medo da sombra.
Não ia pra fora pra não se sujar.
Não tomava sopa pra não ensopar.
Não tomava banho pra não descolar.
Não falava nada pra não engasgar.
Não ficava em pé com medo de cair.
Então vivia parada,
deitada, mas sem dormir,
com medo de pesadelo.

ERA A CHAPEUZINHO AMARELO.

E de todos os medos que tinha
o medo mas medonho
era o medo do tal LOBO.
Um LOBO que nunca se via,
que morava lá longe,
do outro lado da montanha,
num buraco na Alemanha,
cheio de teia de aranha
numa terra tão estranha,
que vai ver o tal LOBO
nem existia.
Mesmo assim a Chapeuzinho
tinha cada vez mais medo
de um dia encontrar um LOBO.
Um LOBO que não existia.

E Chapeuzinho Amarelo,
de tanto pensar no LOBO,
de tanto sonhar com LOBO
de tanto esperar o LOBO,
Um dia topou com ele
que assim:
carão de LOBO
olhão de LOBO,
jeitão de LOBO,
e principalmente um bocão
tão grande que era capaz
de comer duas avós,
um caçador,
uma princesa,
sete panelas de arroz
um chapeu
de sobremesa.

Mas o engraçado é que,
assim que encontrou o LOBO,
a Chapeuzinho Amarelo
foi perdendo aquele medo,
o medo do medo do medo
de um dia encontrar um LOBO.
Foi passando aquele medo
do medo que tinha do LOBO.
Foi ficando só com um pouco
do medo daquele lobo.
Depois acabou o medo
e ela ficou só com o lobo.
(...) O lobo ficou cahteado. (...) LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO (...) Chico Buarque